Já está disponível a versão eBook do livro Capitais Brasileiras, totalmente revisada e com novas informações sobre os ícones retratados. No livro Capitais Brasileiras, eu pesquisei e retratei 1.056 ícones arquitetônicos e construções das 27 capitais brasileiras.
Lançada pela Editora MercadoLivros, a nova versão no formato eBook está disponível na Amazon, Toca Livros e MercadoLivros.
2021. Já estamos há mais de 1 ano tentando sobreviver nesta pandemia de Covid-19. Já são mais de 450.000 brasileiros mortos, enquanto apenas 10% da população está vacinada. O restante das pessoas lutam para sobreviver em meio ao vírus, caos e descaso gerados no país.
Um dos grandes problemas da pandemia são as aglomerações que causam a contaminação das pessoas . O isolamento social é pouco praticado e grande parte da população segue contribuindo para os altos índices de contaminação, principalmente nas aglomerações de lazer e entretenimento.
Confinado em meu estúdio, durante todo este período, comecei uma busca por locais geograficamente isolados e sua ocupação humana. Em minha pesquisa cheguei a diversas localidades, como a Ilha de Marajó, no Pará; a vila de Serra do Navio, no Amapá; as dunas do Rio Grande do Norte; os Lençóis Maranhenses; a Serra da Capivara, no Piauí; o arquipélago de São Pedro e São Paulo; a base científica da Antártida; a torre de observação da Amazônia; o atol das Rocas; algumas fábricas e instalações abandonadas e até vestígios de antigas civilizações em florestas.
Partindo da ideia de isolamento, tentei imaginar como seriam as instalações de confinamento nestes refúgios. A ideia não foi retratar os locais, mas sim propor uma nova estrutura de ocupação isolada. Para criar as colagens, optei por utilizar somente os materiais que já estavam no estúdio, sem me deslocar para buscas. Na produção das peças, também utilizei partes de outras colagens existentes, criando assim, um trabalho de “re-colagem”.
O resultado deste trabalho foram 26 “refúgios”, de 15 X 15 cm, inspirados nos locais da pesquisa:
Todos os anos eu faço uma colagem especial para marcar o aniversário de abertura do meu estúdio. Parece que comecei ontem, mas hoje é o aniversário de 10 anos. Estou feliz demais por ter conseguido chegar até aqui, com a força e a coragem para conquistar mais 10 anos!
2020 não está sendo fácil. O ano já começou triste, quando um dos maiores bateristas da história do rock mundial nos deixou. Neil Peart, integrante do power trio Rush enfim descansou no início de janeiro, vítima de um câncer que tratava nos últimos 3 anos.
Neil Peart era um dos meus maiores ídolos, que ostento com orgulho poder ter visto ao vivo, sua performance no show que a banda fez em 2012, no estádio do Morumbi, em São Paulo.
Minha história com a banda não é muito antiga. Além da famosa música Tom Sawyer, da abertura do seriado Profissão Perigo, dos anos 80, eu não conhecia praticamente nada deles. Até que uma das pessoas mais incríveis que conheci, meu amigo Thiago, me apresentou a banda. E aí foi paixão à primeira ouvida! Era inicio da década 2000 e eu vivia em lojas e sebos de discos procurando os CD’s da banda para montar minha coleção. Quase completei, faltaram uns dois discos.
Além das músicas, me encantava as artes das capas. Trabalho incrível do designer Hugh Syme, que fez todas as capas da banda e me inspirou muito nos meus trabalhos como designer gráfico.
Eu estava quase me formando no curso de Desenho Industrial e fazia estágio em um jornal. Lá consegui criar uma seção de cultura, onde poderia falar de música, rock e Rush. Fiz várias publicações das bandas que eu mais curtia e é claro que não faltou do Rush.
E foi essa paixão que me motivou a concluir minha especialização em Design de Embalagens. Eu havia engatado uma pós-graduação logo após a formatura em Design e não estava gostando muito da grade do novo curso de embalagens. Chegaram as férias de julho e eu pensava em não voltar. Foi então que decidi que para continuar o curso, faria algo diferente, que me inspirasse. E comecei a pensar no projeto de conclusão do curso.
Eu sempre fui obcecado pelas embalagens de discos. Vivia nas extintas lojas de CD’s, garimpando e procurando as edições mais especiais dos artistas que eu admirava. Foi aí que comecei minha coleção do Pearl Jam, que lançou quase todos os seus discos em embalagens de papel. Mas este post é sobre o Rush…
Eu conhecia toda a história do Rush. Sabia dos discos, a sistemática dos lançamentos (4 discos de estúdio = 1 disco ao vivo, finalizando um ciclo). Naquele ano, 2004, a banda estava completando 30 anos. Era perfeito. Pensei em criar a embalagem de uma coletânea dos 30 anos da banda com um resumo, sob minha curadoria, das melhores músicas do trio.
Meu projeto não era apenas sobre embalar. Eu queria que as pessoas pudessem entender um pouco dos conceitos das fases e músicas da banda, que me interessavam. Queria que pudessem ter contato com tudo isso antes mesmo de ouvir os discos, apenas manuseando as embalagens dos CD’s.
Então criei uma caixa com 5 discos. Quatro deles representando cada uma das fases da banda e um disco ao vivo. Em cada embalagem utilizei materiais e formatos diferentes, baseados no conteúdo musical dos discos. Vamos conhecer cada uma das embalagens:
Embalagem Caixa
A embalagem foi feita exatamente para conter os 5 discos. Produzida em papel Kraft, a caixa tem como diferencial, não ser colada. Ela mantém sua forma sustentada somente por encaixes nas laterais. A ideia é que estando desmontada, a embalagem sirva como um cartaz mostrando toda a discografia da banda.
Disco I – Baggage – 1974/1976
O primeiro disco é um reflexo da fase inicial da banda, com um som mais cru, dando o tom da carreira que se iniciava. Para isso, utilizei o papel Kraft, por se tratar de um material mais rústico e o encarte em tecido de algodão cru. Também a impressão foi feita utilizando somente uma cor, reforçando a ideia de fase inicial, mais simples e rústica. O disco vem dentro de um bolso no próprio encarte em tecido, que é dobrado envolvendo o CD.
Disco II – The Hard Glass – 1977/1981
Nessa fase a banda está com um som bem experimental, com músicas longas, envolvidas em uma atmosfera, densa, pesada e fria. Tentei passar essas sensações utilizando materiais pesados e frios, como o vidro e o metal. A embalagem externa foi feita em papel, para que o mecanismo de dobra funcionasse corretamente. Segurando a caixa pelas extremidades inferiores, a parte externa desliza, revelando os discos. Usei papel laminado dando a ideia de metal e uma textura na capa com referência ao aspecto frio.
A ideia dos recortes irregulares foi uma referência ao sentimento que os integrantes diziam ter nessa fase, descritos como se fossem cacos de vidro entrando em seus corpos.
O “encarte” deste CD é impresso em 2 discos de vidro e 1 de metal. O CD é colocado entre esses discos, como um sanduíche, numa referência ao peso e textura desses materiais. Para não riscar a mídia, foi usado películas de espuma entre as peças, evitando o atrito entre elas.
Disco III – Power Synthetic – 1982/1889
Ah os anos 80… particularmente é a fase e o período que eu menos gosto. Mas sobre o disco, a banda estava em um período novo, um som novo, com o uso de sintetizadores. Tentei passar para a embalagem essa estética dos anos 80, o uso do plástico, da cor, dos materiais sintéticos. A capa é metade em papel e metade em borracha sintética. O encarte foi todo impresso em plástico transparente. O número “3” e a cor vermelha são referências às artes originais dos discos desta fase.
Disco IV – Eruption – 1989/2002
Na quarta fase, temos a volta da banda. Depois de um período bastante difícil, onde o trio quase chegou ao fim, os integrantes marcaram sua volta se sentindo um vulcão em erupção. O formato de “porca de parafuso” da embalagem é uma referência a arte de um importante disco dessa fase, que tem um parafuso e uma porca na capa. O encarte em papel, se desdobra formando uma estrutura piramidal que se assemelha a um vulcão. Os grafismos remetem a lava e fogo, presentes na arte da capa do último disco desta fase.
Disco IV – On Stage – 1976/2003
O quinto disco é uma coletânea de apresentações ao vivo, englobando todas as fases da banda. Como referência, optei por utilizar um pouco do material presente em todas as outras embalagens. A caixa em plástico transparente impresso é uma referencia ao disco III. O encarte em papel, com um formato que se abre, parecendo um palco central com estrutura ao redor, é uma referência ao disco IV. O disco vem envolvido no encarte em papel, mas para não riscar a mídia, possui um fundo em tecido, como referência ao disco I. E para fechar o encarte, um parafuso real em metal, passa pelo furo do CD e do encarte prendendo a peça com uma porca, como referência ao disco IV.
Esse projeto foi um dos trabalhos que mais me deu orgulho em fazer. Foram várias semanas de pesquisa, muitos desenhos, busca por materiais e noites sem dormir para chegar no resultado final. Nessa época eu ainda não pensava em trabalhar com a colagem, mas já tinha um fascínio pela mistura de materiais. Com certeza esta experiência contribuiu muito para o que faço hoje e é por isso que eu guardo com tanto carinho esse projeto.
Em 2005 o Rush lançou o box R30, com o registro da turnê que comemorou os 30 anos de carreira da banda. É claro que eu não tenho nada a ver com isso, mas o meu projeto Rush 30 foi feito bem antes disso.
Todas as fotos são de 2013 e foram feitas pela minha eterna companheira de criação, Franciele Gasparini, quando visitou meu antigo estúdio.
Mesmo ouvindo algumas notícias sobre um novo vírus na China, no final de 2019, eu jamais imaginaria que estaríamos vivendo hoje essa ameaça sem precedentes. Foi nessa época que eu criei essa série de colagens intitulada “Substância”. O nome parece refletir o que estamos vivendo hoje, mas a concepção da época foi diferente (ou não).
A base do meu trabalho é o papel e pensando nele como um elemento, comecei a manipulá-lo como uma mistura. Mas como seria misturar o papel, misturar esses elementos para criar uma substância nova? Que substância seria essa? Como ela se comportaria?
As respostas foram 12 colagens que variam de 15 X 21 cm a 21 X 30 cm, concebidas aos pares, com a ideia de que pelo menos 2 elementos diferentes formem uma substância ou substâncias. Confira algumas obras:
Parece que foi ontem, mas eu ainda lembro da grande festa de 100 anos da cidade. Foi nessa época que eu fui morar em Araucária. Lembro do clima de cidade pequena, onde quase todo mundo se conhecia pelos sobrenomes. Lembro também das pessoas arrumando suas casas para a grande festa do centenário da cidade.
30 anos depois muita coisa mudou e muita coisa aconteceu, mas o que fica na memória são as lembranças catalogadas por referências de locais e construções da cidade.
Foi esse sentimento que me inspirou a criar uma nova colagem para o aniversário de 130 anos de Araucária, completados hoje. Uma pesquisa retratando diversos ícones locais, que me fizeram lembrar um pouco de minha infância e adolescência.
Vale lembrar que a primeira colagem que fiz, com a temática de cidades, foi de Araucária. Lá em 2013 criei esta colagem com apenas 8 ícones. A partir dela surgiu a primeira São Paulo e depois Curitiba, que deu início a série Capitais Brasileiras.
Nesta nova colagem retratei 52 ícones da cidade. São eles: Marco rotário do Rotary Clube de Araucária, prédio da Prefeitura, portal do Parque Leônidas Sobânia, Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ponte de ferro do Parque das Pontes, monumento Parafuso do bairro Estação, Araucária Acqua Park, caixa d’água da antiga Cia. São Patrício, campanário da Capela de São Sebastião em Faxinal do Tanque, monumento de asfaltamento da Avenida das Araucárias, chaminé da antiga cerâmica Guajuvirense, Casa da Cultura de Araucária, Cartório de Registro de Imóveis, Museu Tingüi-Cuera no Parque Cachoeira, Santuário Nossa Senhora dos Remédios, edifício Intercontinental, Câmara Municipal de Araucária, torre de queima da refinaria da Petrobras Presidente Getúlio Vargas (REPAR), Sokulski Park Hotel, residência tradicional na praça Vicente Machado, Casa do Cavalo Baio, Rihad Palace Hotel, Onix Trade Center, portal de entrada do Parque Cachoeira, Clínica São Vicente, estrutura da Praça das Araucárias, capelinha de São Miguel no Parque Romão Wachowicz, Portal Polonês, Memorial da Imigração Polonesa no Parque Romão Wachowicz, Fórum Desembargador Manoel Lacerda Pinto, Centro Cultural Moisés Jakobson no Parque Romão Wachowicz, Fórum Eleitoral de Araucária, Escola Adventista de Araucária, futuras instalações da Loja Santista, antigo Mercado Municipal atual Espaço do Produtor, viaduto da linha férrea, residência tradicional no centro da cidade, Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres, Paróquia Nossa Senhora das Dores, sineira da Igreja São Miguel, edifício Julio Grabowski, Teatro da Praça, Colégio Marista Sagrado Coração de Jesus, TECPAR Campus Araucária, capela do Colégio Bom Jesus São Vicente, antiga Capela Nossa Senhora das Dores, Sociedade Operária Beneficente de Araucária (SOBA), sede da Associação das Empresas da Cidade Industrial de Araucária (AECIAR), Hospital Municipal de Araucária (HMA ) e Pronto Atendimento Infantil (PAI), centro de eventos da Praça da Bíblia, Justiça do Trabalho e Colégio Estadual Professor Júlio Szymanski.
A gravura em Fine Art da cidade de Araucária, em uma edição limitada (apenas 50 cópias), numerada e assinada, está disponível exclusivamente na Loja Catenzaro Galeria, acompanhada do certificado de autenticidade da obra e a indicação de todos os 52 ícones retratados.
Araucária 42 X 30 cm Pigmento mineral sobre Photo Mate Paper Canson 200 g/m²