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Lançamento do livro O Mistério da Ilha Desconhecida

No último dia do mês de março, na Gibiteca de Curitiba (Solar do Barão), lancei meu primeiro livro infantil: O Mistério da Ilha Desconhecida. Escrevi esta história inspirado na “Ilha de Lixo do Pacífico, um aglomerado flutuante de quase 2 trilhões de peças plásticas, entre o mar do Havaí e litoral da Califórnia, que estima-se que ocupe uma área 3 vezes maior que a França.

Em 32 páginas, ilustradas com recortes de embalagens plásticas, conhecemos Leo. O menino acorda em uma ilha desconhecida e, na busca por encontrar sua mãe, vai conhecendo os seres que habitam o estranho lugar.

O objetivo do livro é fazer um alerta para o problema do plástico nos oceanos. Precisamos diminuir nosso consumo deste material e principalmente fazer o descarte correto, para que este lixo não atinja os animais marinhos.

O projeto, que inclui o livro, exposição dos originais e oficina de colagens, foi realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Confira como foi o evento de lançamento. Fotos de Daniel Montteiro.

IN MEMORIAM

Foi uma noite incrível. Foi muito bom rever tantos amigos prestigiando meu trabalho. Entre tantos nomes que poderia citar, estava minha amiga Neliza Ferraz.

Neliza sempre foi uma grande fã do meu trabalho. Não perdia uma exposição ou lançamento de livro. Até trabalhamos juntos, quando algumas das minhas colagens fizeram parte de ambientes projetados por ela, em pelo menos 3 edições da CasaCor Paraná. Foi incrível.

Neliza nos deixou 4 dias depois deste evento, em decorrência de complicações de saúde. Estava muito muito feliz e radiante, como sempre foi. O que fica é a lembrança de todos os momentos que passamos juntos, das risadas e do carinho.

Meus sinceros sentimentos e condolências a família, aos amigos e em especial a minha amiga Nathalia, grande amiga e sócia de Neliza.


Muito obrigado todos que puderam comparecer ao evento.
Confira mais informações sobre o livro no site www.catenzaro.com.br

Catenzaro 11 anos

E aqui estamos completando mais um ano. Eu sempre faço uma colagem para comemorar o aniversario do meu estúdio. É como se fosse uma “medalha” para dizer “olha, você conseguiu chegar até aqui”. Parece que foi ontem, mas hoje chegamos aos 11 anos de Catenzaro. Não é fácil, nem simples, mas é recompensador. Um exercício diário de acreditar no que faz com muita vontade e determinação. Vida longa!

www.catenzaro.com.br

 

Tokyo 2020

Enfim chegaram as Olimpíadas de Tokyo 2020 (realizadas em 2021). A pandemia mundial trouxe a incerteza para o evento, que mesmo que de uma forma estranha, sem o público, foi realizado. Não importa como seja, mas as Olimpíadas mexem com a gente. E de repente você se vê vibrando e torcendo para um esporte que você nunca tinha se interessado ao certo para as regras. E então a gente se emociona junto com o atleta, seja na glória da medalha ou na frustração de chegar tão perto.

Estádio Nacional do Japão.

As Olimpíadas direcionaram o olhar do mundo para Tokyo, a maior aglomeração urbana do planeta. Entre um lance e outro dos esportes, não tem como não se impressionar com os prédios, palácios e templos. Apesar de (ainda) não conhecê-la Tokyo sempre me impressionou pela (des)organização de suas construções. É cada prédio, um do ladinho do outro, disputando cada centímetro do minúsculo espaço e tentando manter sua identidade própria.

Região de Minato, Tokyo.
Foto: Getty Images.

Mas Tokyo não é exatamente uma cidade, mas uma metrópole. Ela é formada por 23 bairros, 26 cidades primárias, 5 cidades secundárias, 8 vilas  e até algumas ilhas oceânicas.

Tokyo já passou por várias transformações (e destruições), ocasionadas por guerras e terremotos. Mesmo assim a cidade conseguiu se reinventar, tornando-se uma vitrine para a arquitetura que une novas tecnologias com antigas tradições construtivas.

Não é a toa que a arquitetura japonesa  ganhou o mundo, com nomes como Kenzo Tange, Kengo Kuma, Sou Fujimoto, Tadao Ando entre muitos outros. Vejamos alguns trabalhos destes arquitetos:

Este é o Centro de Imprensa e Difusão Shizuoka, projetado pelo arquiteto Kenzo Tange.
Foto:  Petr Šmídek.

O Ginásio Nacional Yoyogi é outra obra magnífica do arquiteto  Kenzo Tange.
Foto: Kanegen

Kenzo Tange também é o autor da futurista sede da TV Fuji. Aquela esfera no topo, é um observatório aberto ao público.
Foto: FCG

Tokyo também tem templos católicos. A imponente Catedral de St. Mary’s é um dos mais famosos projetos do arquiteto Kenzo Tange.
Foto: Xia Zhi

Já a sede da Escola Tecnica Ayoama é projeto do arquiteto Makoto Sei Watanabe.
Foto: Makoto Sei Watanabe.

O Centro de Cultura e Turismo de Asakusa foi projetado pelo arquiteto Kengo Kuma.
Foto: Takeshi Yamagishi.

Estas são algumas das construções que me inspiraram a criar a colagem de Tokyo. Foram mais de 50 ícones, retratados de diversos locais, correntes artísticas e tipos de ocupações. Criados com recortes de papéis, foi impossível retratar estes ícones sem pensar na tradicional técnica japonesa de manipular o papel: o origami.

Isso também me fez lembrar de uma exposição de obras em papel da Takeo Paper, que vi na Japan House de São Paulo, que por sinal também é um local projetado pelo arquiteto Kengo Kuma.

Mas voltemos a colagem. Com os recortes de papéis tentei enfatizar as principais características dessas icônicas construções.

Aqui retratei a sede da Sompo Japan, o prédio da Prefeitura de Tokyo, o edifício Noa, o edifício Shinjuku ParkTower e o moderno edifício Mode Gakuen Cocoon Tower, que tem esse formato arredondado e se destaca na região de Shinjuku.

Aqui eu retratei a sede da Asahi Beer, que foi projetada com essa forma que parece uma “chama” pelo designer e arquiteto francês Philippe Starck; o Centro de Imprensa e Difusão Shizuoka; o edifício Nakagin Capsule Tower, que em breve será desmontado; o Ginásio Nacional Yoyogi; a sede da Tv Fuji e a Catedral de St. Mary’s.

Aqui um recorte das novas construções de Tokyo, representadas pelo edifício do complexo Tokyo Midtown, pelo edifício Toranomon Hills, pelo Centro de Cultura e Turismo de Asakusa, pelo edifício Shibuya Scramble Square, pelo templo Reiyukai Shakaden e pelo teatro público de Za Koenji.

Aqui temos as grandes construções da cidade como a Tori  do Santuário Meiji, um dos maiores de Tokyo; o edifício NTT DoCoMo Yoyogi, que lembra um pouco a forma do edifício Empire State de New York; a torre Tokyo Skytree, considerada a 2ª construção mais alta do mundo; a torre de guarda do Palácio Imperial do Japão e a famosa Torre de Tokyo, que lembra um pouco a forma da Torre Eifell de Paris. 

Aqui algumas construções com formas mais diferenciadas, como a sede da Escola Tecnica Ayoama; o edifício Omotesando Keyaki; o centro internacional de natação de Tatsumi; o novo museu Sumida Hokusai; a torre do Parque Olímpico de Komazawa; a grande forma triangular do edifício Yokoso Rainbow Tower; o Museu Edo-Tokyo; o Museu Miraikan de Ciência e Inovação e o Ginásio Ariake, construído especialmente para as Olimpíadas de Tokyo 2020, inspirado na forma de um barco.

Encaixar todos esses ícones, num espaço tão pequeno, não foi tarefa fácil, assim como também não foi fácil ter que escolher apenas 55 entre todas as construções de uma cidade como Tokyo. Me senti um pouco como os arquitetos, que precisam criar soluções para viabilizar suas criações na disputada paisagem de Tokyo.

E assim ficou a colagem da capital do Japão:

Os 55 locais que eu retratei foram: Centro de Imprensa e Difusão Shizuoka, campanário da Catedral de St. Mary’s, Pagoda Gojunoto do Templo Sensoji, usina de incineração de Toshima, edifício NTT DoCoMo Yoyogi, aquário do Parque Kasai Rinkai, Escola Técnica Aoyama, torre do Parque Olímpico de Komazawa, edifício do complexo Tokyo Midtown, edifício Shinjuku Park Tower, edifício Mode Gakuen Cocoon Tower, edifício Omotesando Keyaki, edifício Noa, torre Tokyo Skytree, edifício Nakagin Capsule Tower, Prefeitura de Tokyo, edifício Shibuya Scramble Square, edifício Yokoso Rainbow Tower, sede da Sompo Japan, Centro de Cultura e Turismo de Asakusa, Torre de Tokyo, edifício Roppongi Hills Mori Tower, edifício Toranomon Hills, Museu Edo-Tokyo, Templo Reiyukai Shakaden, edifício Ginza Wako, Auditório Yasuda da Universidade de Tokyo, edifício Yamaha Ginza, Templo Tsukiji Honganji, Palácio Akasaka, edifício Ark Hills Sengokuyama Mori Tower, Museu Sumida Hokusai, Museu Miraikan de Ciência e Inovação, Prédio da Dieta Nacional do Japão, ponte Rainbow, Tori do Santuário Meiji, Museu Nacional de Tokyo, biblioteca da Universidade de Arte de Tama, Ginásio Ariake, Catedral de St. Mary’s, torre de guarda do Palácio Imperial do Japão, edifício Atago Green Hills Mori Tower, edifício Asahi Beer Tower, edifício Asahi Beer Hall, edifício Mikimoto Ginza 2, Centro de Convenções Tokyo Big Sight, teatro Público de Za Koenji, Ginásio Nacional Yoyogi, Estação de Tokyo, estádio Tokyo Dome, sede da Nec Corporation, Estádio Nacional do Japão, Centro Nacional de Arte de Tokyo, sede da TV Fuji e centro internacional de natação de Tatsumi.

A colagem de Tokyo está disponível na Loja Catenzaro Galeria em uma edição limitada de Fine Art’s, (apenas 50 cópias), todos numerados e assinados. Acompanha o Certificado de Autenticidade da obra, com a indicação de todos os ícones retratados.

Tokyo
42 X 30 cm
Pigmento mineral sobre Photo Mate Paper Canson 200 g/m²

Compre na Loja Catenzaro Galeria

 

eBook Capitais Brasileiras

Já está disponível a versão eBook do livro Capitais Brasileiras, totalmente revisada e com novas informações sobre os ícones retratados. No livro Capitais Brasileiras, eu pesquisei e retratei 1.056 ícones arquitetônicos e construções das 27 capitais brasileiras.

Lançada pela Editora MercadoLivros, a nova versão no formato eBook está disponível na Amazon, Toca Livros e MercadoLivros.

EBOOK CAPITAIS BRASILEIRAS
Editora: MercadoLivros
Idioma: Português
Número de Páginas: 132

Compre aqui:

Amazon.com
TocaLivros
Editora MercadoLivros

 

A busca por um Refúgio

2021. Já estamos há mais de 1 ano tentando sobreviver nesta pandemia de Covid-19. Já são mais de 450.000 brasileiros mortos, enquanto apenas 10% da população está vacinada. O restante das pessoas lutam para sobreviver em meio ao vírus, caos e descaso gerados no país.

Um dos grandes problemas da pandemia são as aglomerações que causam a contaminação das pessoas . O isolamento social é pouco praticado e grande parte da população segue  contribuindo para os altos índices de contaminação, principalmente nas aglomerações de lazer e entretenimento.

Confinado em meu estúdio, durante todo este período, comecei uma busca por locais geograficamente isolados e sua ocupação humana. Em minha pesquisa cheguei a diversas localidades, como a Ilha de Marajó, no Pará; a vila de Serra do Navio, no Amapá; as dunas do Rio Grande do Norte; os Lençóis Maranhenses; a Serra da Capivara, no Piauí; o arquipélago de São Pedro e São Paulo; a base científica da Antártida; a torre de observação da Amazônia;  o atol das Rocas; algumas fábricas e instalações abandonadas e até vestígios de antigas civilizações em florestas.

Arquipélago de São Pedro e São paulo. Foto: Andre Seale

Queimada dos Britos, Lençóis Maranhenses. Foto: Blog Rediscovering The World

Atol das Rocas. Foto: Google Maps

Vila de Serra do Navio. Foto: Nelson Kon

Partindo da ideia de isolamento, tentei imaginar como seriam as instalações de confinamento nestes refúgios. A ideia não foi retratar os locais, mas sim propor uma nova estrutura de ocupação isolada. Para criar as colagens, optei por utilizar somente os materiais que já estavam no estúdio, sem me deslocar para buscas. Na produção das peças, também utilizei partes de outras colagens existentes, criando assim, um trabalho de “re-colagem”.

O resultado deste trabalho foram 26 “refúgios”, de 15 X 15 cm, inspirados nos locais da pesquisa:

Série Refúgio
www.catenzaro.com.br/refugio

Rush 30: 16 anos depois

2020 não está sendo fácil. O ano já começou triste, quando um dos maiores bateristas da história do rock mundial nos deixou. Neil Peart, integrante do power trio Rush enfim descansou no início de janeiro, vítima de um câncer que tratava nos últimos 3 anos.

Neil Peart era um dos meus maiores ídolos, que ostento com orgulho poder ter visto ao vivo, sua performance no show que a banda fez em 2012, no estádio do Morumbi, em São Paulo.

Minha história com a banda não é muito antiga. Além da famosa música Tom Sawyer, da abertura do seriado Profissão Perigo, dos anos 80, eu não conhecia praticamente nada deles. Até que uma das pessoas mais incríveis que conheci, meu amigo Thiago, me apresentou a banda. E aí foi paixão à primeira ouvida! Era inicio da década 2000 e eu vivia em lojas e sebos de discos procurando os CD’s da banda para montar minha coleção.  Quase completei, faltaram uns dois discos.

Além das músicas, me encantava as artes das capas. Trabalho incrível do designer Hugh Syme, que fez todas as capas da banda e me inspirou muito nos meus trabalhos como designer gráfico.

Eu estava quase me formando no curso de Desenho Industrial e fazia estágio em um jornal. Lá consegui criar uma seção de cultura, onde poderia falar de música, rock e Rush. Fiz várias publicações das bandas que eu mais curtia e é claro que não faltou do Rush.

E foi essa paixão que me motivou a concluir minha especialização em Design de Embalagens. Eu havia engatado uma pós-graduação logo após a formatura em Design e não estava gostando muito da grade do novo curso de embalagens. Chegaram as férias de julho e eu pensava em não voltar. Foi então que decidi que para continuar o curso, faria algo diferente, que me inspirasse. E comecei a pensar no projeto de conclusão do curso.

Eu sempre fui obcecado pelas embalagens de discos. Vivia nas extintas lojas de CD’s, garimpando e procurando as edições mais especiais dos artistas que eu admirava. Foi aí que comecei minha coleção do Pearl Jam, que lançou quase todos os seus discos em embalagens de papel. Mas este post é sobre o Rush…

Eu conhecia toda a história do Rush. Sabia dos discos, a sistemática dos lançamentos (4 discos de estúdio = 1 disco ao vivo, finalizando um ciclo). Naquele ano, 2004, a banda estava completando 30 anos. Era perfeito. Pensei em criar a embalagem de uma coletânea dos 30 anos da banda com um resumo, sob minha curadoria, das melhores músicas do trio.

Meu projeto não era apenas sobre embalar. Eu queria que as pessoas pudessem entender um pouco dos conceitos das fases e músicas da banda, que me interessavam. Queria que pudessem ter contato com tudo isso antes mesmo de ouvir os discos, apenas manuseando as embalagens dos CD’s.

Então criei uma caixa com 5 discos. Quatro deles representando cada uma das fases da banda e um disco ao vivo. Em cada embalagem utilizei materiais e formatos diferentes, baseados no conteúdo musical dos discos.  Vamos conhecer cada uma das embalagens:

Embalagem Caixa

A embalagem foi feita exatamente para conter os 5 discos. Produzida em papel Kraft, a caixa tem como diferencial,  não ser colada. Ela mantém sua forma sustentada somente por encaixes nas laterais. A ideia é que estando desmontada, a embalagem sirva como um cartaz mostrando toda a discografia da banda.

Detalhe dos encaixes laterais, sem cola.

Embalagem desmontada, formando o cartaz com a discografia completa da banda.

Os 5 discos da coleção, cada um com materiais e formatos diferenciados, baseados no conteúdo musical.

Disco I – Baggage – 1974/1976

O primeiro disco é um reflexo da fase inicial da banda, com um som mais cru, dando o tom da carreira que se iniciava. Para isso, utilizei o papel Kraft, por se tratar de um material mais rústico e o encarte em tecido de algodão cru. Também a impressão foi feita utilizando somente uma cor, reforçando a ideia de fase inicial, mais simples e rústica. O disco vem dentro de um bolso no próprio encarte em tecido, que é dobrado envolvendo o CD.

Disco II – The Hard Glass – 1977/1981

Nessa fase a banda está com um som bem experimental, com músicas longas, envolvidas em uma atmosfera, densa, pesada e fria. Tentei passar essas sensações utilizando materiais pesados e frios, como o vidro e o metal. A embalagem externa foi feita em papel, para que o mecanismo de dobra funcionasse corretamente. Segurando a caixa pelas extremidades inferiores, a parte externa desliza, revelando os discos. Usei papel laminado dando a ideia de metal e uma textura na capa com referência ao aspecto frio.

A ideia dos recortes irregulares foi uma referência ao sentimento que os integrantes diziam ter nessa fase, descritos como se fossem cacos de vidro entrando em seus corpos.

O “encarte” deste CD é impresso em 2 discos de vidro e 1 de metal. O CD é colocado entre esses discos, como um sanduíche, numa referência ao peso e textura desses materiais. Para não riscar a mídia, foi usado películas de espuma entre as peças, evitando o atrito entre elas.

Disco III – Power Synthetic – 1982/1889

Ah os anos 80… particularmente é a fase e o período que eu menos gosto. Mas sobre o disco, a banda estava em um período novo, um som novo, com o uso de sintetizadores. Tentei passar para a embalagem essa estética dos anos 80, o uso do plástico, da cor, dos materiais sintéticos. A capa é metade em papel e metade em borracha sintética. O encarte foi todo impresso em plástico transparente. O número “3” e a cor vermelha são referências às artes originais dos discos desta fase.

Disco IV – Eruption – 1989/2002

Na quarta fase, temos a volta da banda. Depois de um período bastante difícil, onde o trio quase chegou ao fim, os integrantes marcaram sua volta se sentindo um vulcão em erupção. O formato de “porca de parafuso” da embalagem é uma referência a arte de um importante disco dessa fase, que tem um parafuso e uma porca na capa. O encarte em papel, se desdobra formando uma estrutura piramidal que se assemelha a um vulcão. Os grafismos remetem a lava e fogo, presentes na arte da capa do último disco desta fase.

Disco IV – On Stage – 1976/2003

O quinto disco é uma coletânea de apresentações ao vivo, englobando todas as fases da banda. Como referência, optei por utilizar um pouco do material presente em todas as outras embalagens. A caixa em plástico transparente impresso é uma referencia ao disco III. O encarte em papel, com um formato que se abre, parecendo um palco central com estrutura ao redor,  é uma referência ao disco IV. O disco vem envolvido no encarte em papel, mas para não riscar a mídia, possui um fundo em tecido, como referência ao disco I. E para fechar o encarte, um parafuso real em metal, passa pelo furo do CD e do encarte prendendo a peça com uma porca, como referência ao disco IV.

Esse projeto foi um dos trabalhos que mais me deu orgulho em fazer. Foram várias semanas de pesquisa, muitos desenhos, busca por materiais e noites sem dormir para chegar no resultado final. Nessa época eu ainda não pensava em trabalhar com a colagem, mas já tinha um fascínio pela mistura de materiais. Com certeza esta experiência contribuiu muito para o que faço hoje e é por isso que eu guardo com tanto carinho esse projeto.

Em 2005 o Rush lançou o box R30, com o registro da turnê que comemorou os 30 anos de carreira da banda. É claro que eu não tenho nada a ver com isso, mas o meu projeto Rush 30 foi feito bem antes disso.

Todas as fotos são de 2013 e foram feitas pela minha eterna companheira de criação, Franciele Gasparini, quando visitou meu antigo estúdio.

Rush 30 – The Complete Compilation
2004

Substâncias

Mesmo ouvindo algumas notícias sobre um novo vírus na China, no final de 2019, eu jamais imaginaria que estaríamos vivendo hoje essa ameaça sem precedentes. Foi nessa época que eu criei essa série de colagens intitulada “Substância”. O nome parece refletir o que estamos vivendo hoje, mas a concepção da época foi diferente (ou não).

A base do meu trabalho é o papel e pensando nele como um elemento, comecei a manipulá-lo como uma mistura. Mas como seria misturar o papel, misturar esses elementos para criar uma substância nova? Que substância seria essa? Como ela se comportaria?

As respostas foram 12 colagens que variam de 15 X 21 cm a 21 X 30 cm, concebidas aos pares, com a ideia de que pelo menos 2 elementos diferentes formem uma substância ou substâncias. Confira algumas obras:

Série Substância / Adriano Catenzaro
www.catenzaro.com.br/